Test-Drive: Peugeot 307 2.0 16v Aut.

307

Muita gente vai dizer que um simples teste-drive não é suficiente para que se julgue a qualidade de um automóvel. Concordo plenamente, ainda mais em um teste realizado em São Paulo. Mas o caso aqui é outro. Quero testar este câmbio automático com possibilidade de trocas manuais. E para testar um automático, nada melhor que este trânsito caótico e quase estático.

Ao entrar, logo se nota a posição de dirigir mais alta que em relação ao Astra, por exemplo. Não chega a ser um Fox, mas certamente agrada mais às mulheres que aos homens. Mesmo assim, achei muito confortável, com tudo à mão e com um silêncio incomparável. Já dirigi outros carros dessa categoria e não me lembro de tão bom isolamento acústico. O carro ainda está parado, e mesmo assim pareço estar em um mundo à parte, pois não ouço nada lá de fora. Qualquer pessoa se sentiria em um automóvel superior, ainda mais com a qualidade do acabamento e nível de equipamentos.

Partida dada. O motor quase não faz barulho. Mas o ar-condicionado digital não funciona, talvez um sintoma de carros de test-drive, em que todo mundo mexe, experimenta e acaba quebrando. Vamos com calor mesmo. Ao sair, tudo normal no modo automático, principalmente nas trocas ascendentes. Mas experimente parar num semáforo. O tranco da redução de marcha faz todo mundo dentro do carro jogar o pescoço pra frente. E os trancos continuam nas reduções ao se levar o acelerador ao final do curso. Vamos experimentar no modo manual, já que entrei em uma grande avenida. Sinceramente? Apenas quatro marchas não justificam este tipo de operação. Sempre gostei de câmbios mais longos, mas este é demais. Se a função era “divertir”, o escalonamento acaba deixando o carro “chocho”, com demoras nas respostas. O brilhante motor de 143cv acaba sendo subutilizado. E ao parar numa subida o carro volta. Sempre achei que carros automáticos ficavam parados nesta ocasião. Até o BMW Série 1 com câmbio manual possui um sistema que, em primeira marcha, mantém o carro parado numa subida sem intervenção do motorista.

Ainda bem que o teste durou pouco, pois meu pescoço já começava a doer. Enfim, o 307 é um automóvel fantástico, silencioso e com uma calibragem de suspensão voltada à estabilidade e esportividade. Não chega a ser duro e com batidas secas como o 206, mas se for adquirir um 307, leve um mecânico e abuse do motor e dos ótimos engates do câmbio em estradas abertas. Se o que você precisa é de um carro urbano, confortável e gosta de automáticos, leve um Fit com cambio CVT. Este sim traz o merecido conforto ao paulistano que já se cansou de trocar de marcha.


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Autor: Rodrigo Costa

Do ponto A ao ponto B, pensando na vida, no volante e tudo mais.

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